Vem meu preto pra cá
Pros cafundó do meu sertão
Cá vem, cá vem, cafundá cá
Na caatinga do meu coração
Vem meu preto pra cá
Pros cafundó do meu sertão
Cá vem, cá vem, cafundá cá
Na caatinga do meu coração
Donde os açude de água carece
As Assucena não dá mais viso
Donde as Hermida não reza prece
Mas ainda espera o desaguar do teu sorriso
O aboio cá não se canta mais
De tristeza o canto cá logo se faz
Se arruma meu preto desse seridó
E vem correndo cá
Pros meu cafundó
A face rachada é o espelho da terra
Que vermelha enterra o amarelo do sol
Que se põe a riscar sua escrita tão dura
Que feito rapadura traduz o aebol
E na dura beleza o doce se esconde
E pergunto aonde está meu amor
E de cá anuncia o zé cancioneiro
Que nos falta um bumzeiro
O verdiz se trancou
Até que o aguaceiro se lance na terra
Atacando a escritura marcada na pele no chão
E da luta arrancar, da doçura ver dança
Pra cá trazer as bonança pros cafundó do meu sertão
Pra cá trazer as bonança pros cafundó do meu sertão
Pra cá trazer as bonança pros cafundó do meu sertão
Pra cá trazer as bonança pros cafundó do meu sertão
Pra cá trazer o meu preto pros cafundó do meu sertão
E cafundó de cá com cá com cafuné
E quero um có de qué com qué com qué
E cafundó de cá com cá com cafuné
E quero um có de qué com qué com qué...
Até que o aguaceiro se lance na terra