Na memória das canções
Há poemas por gritar
Ondas feitas de ilusões
Que não vão voltar ao mar
Na memória não há tempo, nem vontade de cantar
Só há búzios, só há lendas e um barco a navegar
Na memória da saudade
Há palavras que escrevi
Que me deixam à vontade
Para me lembrar de ti
Não me faltes à verdade, nem me digas o que sei
Sei de búzios, sei de lendas, sei de um cais onde ancorei
Eu estou dentro dele
A esperar por ti
Para conhecer Abril, há que ouvir as canções
Gravadas em vinil, guardadas em porões
O meu amor à verdade ajudou-me a descobrir
Que o que nos dá mais saudade são os dias que hão de vir
E se há búzios, e se há lendas, é porque eu acreditei
Que os podia trazer presos aos poemas que cantei
Eu estou dentro deles
À espera das canções