Na província Alentejana
Havia tanta choupana
Parelhas puxando os carros
Tantas vinhas e figueiras
Sobreiros e oliveiras
Azinheiras e chaparros
Montes de branco caiados
Pastores guardando o gado
Imagem que hoje não vejo
E os ranchos de mondadeiras
Que mais tarde eram ceifeiras
Era assim o Alentejo
Os anos passaram
Para atrás ficaram
Saudades de certo
Lembranças sem fim
Daquele jardim
Que é hoje um deserto
Da água das fontes
Do ribeiro dos montes
Da sua alegria
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
No campo tanta beleza
Uma rica natureza
As fontes sempre a correr
Metendo sempre cobiça
Um cocharro1 de cortiça
Nos convidava a beber
Saudades, tenho saudades
De ver por essas herdades
Os ceifeiros a ceifar
Campos belos floridos
Papoilas, cevada e trigo
E o resto sempre a cantar
Os anos passaram
Para atrás ficaram
Saudades de certo
Lembranças sem fim
Daquele jardim
Que é hoje um deserto
Da água das fontes
Do ribeiro dos montes
Da sua alegria
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
Da esperança perdida
Da vida vivida
Resta a nostalgia
1. Escudela de cortiça usada no Alentejo e Algarve para beber água