A cada ano que começa
Eu peço um ano tranquilo
Que ensine aqueles que assustam
Que quem ganha aqui, sempre é o medo
Ao ano que começa eu peço armas abaixadas1
Eu peço que ilumine o corredor dos egos
Eu peço que aprendamos a viver pondo ovos
Coloquemos algum limite na guerra2
Eu quero que o marujo vire um marinheiro
Eu quero que ele leve embora sua dor... Teno fé
Que não fique longe de nós o momento
Em que trocamos os conceitos por suspiros
As autoestradas por caminhos, você vê
Que não fique longe de nós o silêncio dos medos
Que não seja atrasado demais o futuro dos tempos, veja
E para os que pensam que não veremos o fim
Eu peço esperançosamente que nos livrem deles
Que não fique longe de nós o silêncio dos corvos
Eu sei que não verei o mundo que eu quero
Só posso cantar e sonhar que o tom de uma voz
Silenciará seu maldito tambor3
Não podemos parar o soldado
No máximo, podemos ensiná-lo uma cor
Ei, você, quanto mais você pensou em engolir
Até cuspir seu amor
Para esse ano que começa agora
O que eu quero, amor, é que no fim saia o sol
Ao ano que começa eu peço um mundo diferente
Que pólvora e incenso não se misturem ao cheiro
Que o futuro de meus filhos não me inquiete tanto
Que não paguem pela piada do faminto barrigudo
Que tenham um planeta que esteja vivo e os abrace
Eu sei que não verei o mundo que eu quero
Eu quero que o futuro fique livre de idiotas4
Que a minha letra não mais te assuste mais do que uma bala de canhão
Só posso cantar e sonhar que o tom de uma voz
Silenciará seu maldito tambor3
Não podemos parar o soldado
No máximo, podemos ensiná-lo uma cor
Ei, você, quanto mais você pensou em engolir
Até cuspir seu amor
Para esse ano que começa agora
O que eu quero, amor, é que no fim saia o sol
1. 'Sabres dormidos' não faria sentido, então traduzi de outra forma2. 'No derramamento de sangue', talvez?3. a. b. Eventualmente chamada de cilindro é em armas de fogo, mais precisamente revólveres, uma peça rotativa que abriga munições a serem disparadas4. De 'pentelhos', pessoas chatas, irritantes