Compro uma pistola do vapor,
visto o jaco califórnia azul.
Faço uma mandinga pro terror
e vou.
É o cão, é o cânhamo, é o desamor.
É o canhão na boca de quem tanto se humilhou.
Inveja é uma desgraça,
alastra ódio e rancor.
E cocaína é uma igreja gringa de Le-Chereau.
Pra cada rap escrito,
uma alma que se salva.
O rosto do carvoeiro
é o Brasil que mostra a cara.
Muito blá se fala,
e a língua é uma piranha.
Aqui é só trabalho,
sorte é pras criança
que vê o professor
em desespero na miséria.
É que no meio do caminho da educação
havia uma pedra.
E havia uma pedra no meio do caminho;
ele não é preto véio,
mas no bolso leva um cachimbo.
É o sleazestack,
os zói branco, repara o brilho.
Chewbacca na Penha,
maizena com pó de vidro.
Comerciais de tv,
glamour pra alcoolismo.
E é o Kinect do XBox
por duas bucha de cinco.
Chega rir de nervoso,
comédia vai chorar.
Compro uma pistola do vapor,
visto o jaco califórnia azul.
Faço uma mandinga pro terror,
e vou.
E eu fico aqui pregando a paz,
e a cada maço de cigarro fumado
a morte faz um jaz entre nós.
Cá pra nós, e se um de nós morrer,
pra vocês é uma beleza.
Desigualdade faz tristeza.
Na montanha dos sete abutres
alguém enfeita sua mesa.
Um governo que quer acabar com o crack
mas não tem moral pra vetar comercial de cerveja.
Alô Foucault. Cê quer saber o que é loucura?
É ver Hobsbawm na mão dos boy,
Maquiavel nessa leitura;
falar pra um favelado
que a vida não é dura,
e achar que teu 12 de condomínio não carrega a mesma culpa.
É salto alto, MD,
Absolut, suco de fruta.
Mas nem todo mundo é feliz nessa fé absoluta.
Calma, filha, que esse doce não é sal de fruta.
Azedar é a meta.
Tá bom ou quer mais açúcar?
Chega rir de nervoso,
comédia vai chorar.
Compro uma pistola do vapor,
visto o jaco califórnia azul.
Faço uma mandinga pro terror,
e vou.