Que solidão
De morte
Sem certeza
De ser ao menos
Uma partícula
De vida
Um ponto minúsculo
Útil a alguém
Que solidão
De ignorar
O que os olhos
Não podem ver
O mundo adulto
Isolado
Um mundo bruto
E lá é por onde viajo
Desenhe-me um carneiro
O céu está vazio sem imaginação
Exatamente
Desenha-me um carneiro
Virar de novo a criança que éramos
O mundo é triste sem imaginação
Exatamente
Desenhe-me um carneiro
Domar o absurdo do mundo
Que solidão
De se dizer
Que a mordida
Do tempo não é nada
O sonho é uma bolha
De vida
Um bem maiúsculo
Útil contra as dores
Derrota
Das sementes
Mas quero crer
No além
A vida é dura
Todo dia uma escolha
Mas juro
Que o mundo é meu
É meu
É meu
É meu
É meu... O mundo