Não quero que saibas
Que já passei dois meses achoída na casa
Não quero que saibas
Que sinto-me muito laida, por que minhas olheiras são terríveis
Não quero que saibas
Que já não importa-me viver ou morrer.
Não quero que saibas
O quanto eu te amo.
Não quero que saibas
Que passo as horas esperando ao rente do telefone, pendente da tua ligação.
Não quero que saibas
Que estou da tua roupa, por que tenho vontade de te sentir muito perto.
Não quero que saibas
Que não quero comer nente e já perdi muito peso
Não quero que saibas
Que penso em ti dia e noite.
Não quero que saibas
Que faria qualquer coisa por ti
Não quero que saibas
Que por causa de ti, tornei-me uma ébria.
Não quero que saibas
Que por ti fiquei comatosa
E, como uma fotografia muito antiga, estou a me esvair devagar.
Não quero que saibas
Que faria qualquer coisa por ti
Não quero que saibas
Que é por ti que ainda estou viva.
Não quero que saibas
Que quando te dizem que estou bem, todo é falsidão.
Não quero que saibas
Que sempre estou fechada na mesma câmara, rodeada por negrumes e avantesmas.
Não quero que saibas
Que só posso dormir quando ingiro barbitúricos.
Não quero que saibas
Que és tudo para mim.
Não quero que saibas
Que sinto indiferença por seja o que for que aconteça no mundo.
Não quero que saibas
Que já nente me importa e sinto-me morta por dentro.
Não quero que saibas
Que estou sozinha e não tenho vontade de ver ou falar com ninguém
Não quero que saibas
O quanto eu te amo.
Não quero que saibas
Que faria qualquer coisa por ti
Não quero que saibas
Que por causa de ti, tornei-me uma ébria.
Não quero que saibas
Que por ti fiquei comatosa
E, como uma fotografia muito antiga, estou a me esvair devagar
Não quero que saibas
Que faria qualquer coisa por ti
Não quero que saibas
Que é por ti que ainda estou viva.