A sua sombra negra aos pés da tua cama
O seu vestido branco puro, podes senti-la no teu peito
Não podes travá-la nas espirais do seu doce feitiço
Podes senti-la, ela está tão perto do teu coração
Todas as noites depois do soar da última badalada
Vem silenciosa, lânguida, graciosa e em transe
Não a podes deter, não, não podes falar, não podes escapar
Chega de sussurros. Chega de tristeza, chega de dor
Carmilla, vem até mim
Mircalla, eu quero-te
Carmilla, ela vem até vós
Mircalla, quero os teus gritos
Agora vejo-te aos pés da minha cama
O teu vestido branco puro é uma grande nódoa escarlate
Não posso impedir-te nas espirais do teu doce feitiço
Consigo sentir-te, estás tão perto do meu coração
Ela vem para trazer a tristeza
Ela é como um abraço frio
Ela murmura palavras de loucura
Ela vem para trazer a morte
"Tu és minha, tu serás minha"
Diz ela: "o amor terá
os seus sacrifícios..."
"há uma frieza para além da sua tenra idade,
na sua melancolia sorridente e interminável,
a recusa de te conceder um mísero raio de luz"
Encontram-na sob a sombra da lua,
De pé junto aos pés da vossa cama,
Com o seu vestido branco rendado
Banhada, do queixo aos pés,
Numa grande mancha escarlate.
Ela diz novamente...
"não há
sacrifício sem sangue"