Esta noite vou e corro com o vento
abrir as portas da história.
Esta noite, por um momento,
quero dar vida ao passado e à memória.
Esta noite, com a chama do amor,
Cavo uma cova, uma cova para a dor.
Há mais dor, há mais tormento
do que alegria e amor pela humanidade
Não é o choro que muda o destino,
não é o medo que pára o caminho,
abro os punhos, conto os dedos
continuo a ser quem sou, percorro a vida.
Canto e conto, conto e canto
para não perder... a conta.
Ninguém abençoou o meu caminho
nem sequer a mãozinha de um padre
continuo a ir como o vento vai
à procura da paz só por um momento
Eu quero partir... partir os céus
para fazer chover, chover amor.
Há quem te engana, há quem manda
e quem em silêncio, fica calado.
É o poder que fortalece os poderosos
é o silêncio que mata os inocentes
abro os punhos, conto os dedos
Eu continuo a ser quem sou, procuro a vida.
Canto e conto, conto e canto
para não perder... a conta.
Eu vim ao mundo quando o "Vossa Senhoria"
era desprezado pelas ruas.
Tempos de abusos, fome e guerra,
Cresci no meio dos anos maus.
Lágrimas caladas que eu chorei e quantas,
a minha inocência foi dividida por muitos.
As pessoas más, os prepotentes
há muitos e muitos deles nesta sociedade.
Não é o amor que cresce em cada esquina,
mas o favor concedido por quem manda,
abro os punhos, conto os dedos
continuo a ser quem sou, percorro a vida.
Canto e conto, conto e canto
para não perder... a conta.
La, la, la...