Minha alma amadureceu para dias claros,
brilhantes e transparentes
Meu olhar se tornou branco,
como a cama de um monge.
Eu carrego meu fogo, sem me esconder,
sem medo de me queimar.
Mas ouça, como é assustador,
a nevasca batendo pela janela.
Uma nevasca viva e intensa.
Pela janela, as luzes da lanterna
refletem olhos malignos
Lá fora, demônios clamam para sair no frio,
com esta nevasca,
onde a água está morta,
onde o gás intoxica.
Paredes brancas, proteja-nos, salve-nos!
Sem olhos, pelos quais há tentações
Sem palavras, pelas quais há problemas
Meu silêncio é meu feitiço
A escuridão é minha irmã doente.
Enquanto eu viver, enquanto eu viver
Eles não entrarão aqui, eles não entrarão aqui
Eles não entrarão aqui, eles não entrarão aqui
Demônios pedem para servi-los,
mas eu não sirvo a ninguém
Nem a mim, nem a você,
nem mesmo aqueles em poder.
Se ele ainda está vivo,
tampouco não o sirvo.
Roubei fogo apenas o suficiente
para não não roubar mais.
Demônios rugem no telhado,
durante a noite.
Uma longa noite
para quem não pode esperar.
Mas ela vai voar para longe,
voar mais rápido,
mais rápido que um pássaro.
Se eu não soubesse por claro,
eu não teria adivinhado.
Minha alma amadureceu para dias claros,
brilhantes e transparentes
Meu olhar se tornou branco,
como a cama de um monge.