Abro a porta, vejo a fumaça no asfalto
O sol me cega, eu sigo em frente
Encaro o sol, deixo meu rastro para trás
O dia corre assim veloz
O dia corre além de nós
E eu vou me desviando das aeronaves
Que aterrissam a todo instante
Morrer já não parece novo, já não assusta
Desço a Rua Augusta a 120 por hora
(Rua Augusta a 120 por hora...)
Hi hi, Johnny, hi hi, Alfredo
Nada respira como antes, só o medo
Nada respira como antes, só o medo
Vejo as meninas dos Jardins
Belas nos seus jeans
A riqueza é um alqueire
Uma quadra da Oscar Freire
Eu vi o mano Mano Brown
Mandando um rap para valer
Eu vi o mano Mano Brown
Vestindo GAP na TV
Hi hi, Johnny, hi hi, Alfredo
Nada respira como antes, só o medo
Nada respira como antes, só o medo
Cato no chão migalhas do banquete dos que comem
O que que houve eu nunca mais ouvi chamar meu nome
A rua é reta, a vida é torta
Quem se importa se eu vou morrer de sede
Ou se eu vou morrer de fome
O sol nas bancas de revista
E na capa da revista
Sombra, grama e água fresca
(Vejo novos ricos, vejo velhos pobres...)
Não vi ninguém abrir a boca
Mas ouvi o grito
(Deus...)
Misericórdia de nossa miséria
Caravela de Cabral
Morte e vida Severina
As meninas dos Jardins gostam de rap
As meninas dos Jardins gostam de rap
As meninas dos Jardins gostam de happy end
Caravela de Cabral
Morte e vida Severina
As meninas dos Jardins gostam de rap
As meninas dos Jardins gostam de rap
As meninas dos Jardins gostam de happy end
Cantilenas do futuro
Nas cidades sem futuro
Orações ao vento, preces sem destino
Sangue no asfalto
Ninguém é alto o suficiente
Que não possa rastejar
(O meu boy morreu
Que será de mim
Manda buscar outro correndo
Lá no Itaim...)
(O meu boy morreu
Que será de mim
Manda buscar outro correndo
Lá no Itaim...)
(O meu boy morreu
Que será de mim
Manda buscar outro correndo
Lá no Itaim...)