Ribeiro não corras mais
Que não hás-de ser eterno
O verão vai-te roubar
O que te deu o inverno
Até a lenha no monte
Tem sua separação
Duma lenha se faz Santos e
E d’outra lenha se faz carvão
Ando caído em desgraça
O que é que eu hei-de fazer
Todos os santos que pinte
Demónios têm que ser
São tão grandes minhas penas
Que me deitam a afogar
Vêm umas atrás das outras
Tal como as ondas do mar
Apanho e como as raízes
Que estão debaixo da terra
Só as ramas não as como
Porque essas o vento as leva
Ó pinheiro meu irmão,
Tu também és como eu
Também tu estendes em vão
Ó pinheiro irmão,
Teus braços p’ro céu