O meu bebê casando, não dá pra acreditar
E nem pergunta à gente se tá pronta pra aceitar
E eis o meu marido apático, banal
A noite só piora com essa gente tão sem sal
Mas eu não posso permitir que a mágoa entre em mim
Se eu sinto que há desastre a vista, eu só penso assim
Tem a morte ali na esquina
Sempre pronta pra atacar
Basta um fio desencapado
Basta alguém pisar pra me aliviar
Quando a inspiração me deixa
E eu me sinto sem paixão
Eu me lembro que a morte logo ali na esquina
É minha salvação
Tem a morte ali na esquina
Sobre um grande arranha-céu
Vem um corpo lá de cima
E se esborrachou, esse é que é um show
De repente o casamento
Já não tem aquele ‘tchan’
Eu me lembro que a morte logo ali na esquina
É meu amanhã
Se a vida é só brisa fresca
A morte vem e estraga a festa
Morre gente de repente
Cai na rua, engole um dente
E se engasga e nunca mais voltou
Um pit-bull pode atacar, o chão quebrar, o ar faltar
Ou basta um grande amor que fracassou
Quem sabe a bordo de um vagão ou preso numa ilha
Algum veneno no feijão ou traição de filha
Picada de um mosquito mau, um quebra pau , um ritual
Quem sabe é hoje a noite ideal
Tem a morte ali na esquina
Tudo pode acontecer
Desligar o oxigênio
Aperte um botão, chame o caixão
Amanhã pra mim é tarde
Hoje é só para perceber
É tão bom saber que a morte logo ali na esquina vai sorrir pra mim
Eis a morte ali na esquina
E ela vem pra todos nós
(é normal)
É a morte logo ali na esquina
(é fatal)
É o sabor da doce estricnina
(é letal)
Pois a morte logo ali na esquina vem pra todos nós
(é normal)
É a morte logo ali na esquina
(é fatal)
É o sabor da doce estricnina
(é letal)
Pois a morte logo ali na esquina vem pra todos nós