Não sei dizer como foi que isto foi
levada ao mar e à deriva de mim
dei pelas saudades
barcos tempestades
e o que nos ficou em nada
Nunca supus, meu amor, que o perder
dobrasse a alma de quem sempre diz
as razões do amor
sabem-se de cor
como a noite e a madrugada
Dobrei o cabo e à praia me vês
nas caravelas do meu navegar
trago a pimenta e o sal das marés
trago as juras de amor p'ra te dar
Nunca supus que as palavras de amor
fossem a água de quem se quer bem
e o que o tempo faz
o que eu for capaz
de dizer-te a cada instante
Não quero mais do que o vento e chegar
mais do que a areia perdida de nós
quero os meus abraços
meus e dos teus braços
eu, navegadora errante.