Tanta criança sem nome
Que o mundo tem
Sem ninguém... Sem ninguém...
Tantos corações
Perdidos, sem bater:
Só sofrer... Só sofrer...
Casas debaixo da ponte,
Escolas ao luar,
Brinquedos de faz de conta
E a rua, o seu lar!
Tanta criança sem nome,
Mãe nem pai
Cada vez mais... Cada vez mais...
Tantas alminhas esquecidas
Que ninguém vê
Mas, porquê...? Mas, porquê...?
O mundo segue e avança
Sem ligar,
E o nome dessa criança
Não irá mudar...
[Refrão:]
Abandonada!
Abandonada!
Será sempre por esse nome
Que vai ser chamada!
Abandonada!
Abandonada!
Será sempre criança sem nome,
Sem vida e sem nada...
Tanta criança que nasce
Sem pedir
Pra nascer... Pra nascer...
Tanto inocente que paga
Pelo que não fez
Tanta vez... Tanta vez...
E ganha logo, à nascença,
Uma dor sem fim:
Berço de espinhos de herança
E um nome assim...
[Refrão:]
Abandonada!
Abandonada!
Será sempre por esse nome
Que vai ser chamada!
Abandonada!
Abandonada!
Será sempre criança sem nome,
Sem vida e sem nada...
Mas não podemos deixar, nunca mais,
Que isto aconteça!
Está na hora de darmos um nome,
Um lar e tudo a esta criança!
(Abandonada!
Abandonada!
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada!
Abandonada!
Abandonada!
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada...!)